Disfunção erétil e doenças cardiovasculares: entenda a relação

Descubra como as doenças cardiovasculares podem causar disfunção erétil

Doenças cardiovasculares costumam ser o cenário propício para diferentes diagnósticos, entre eles o da disfunção erétil. Compreenda como a ereção fica prejudicada por problemas com a circulação sanguínea.

O coração é um dos principais órgãos humanos. Sem o funcionamento adequado do coração, o cérebro, QG do organismo, não funcionaria da mesma maneira, por exemplo. Por isso, ele é o órgão central do sistema cardiovascular

A circulação corporal é responsável por levar oxigênio e nutrientes para cada parte do corpo. Além de coletar os resíduos que precisam ser eliminados, direcionando as excretas para os pontos corretos.

No Brasil, segundo dados da Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC), são pelo menos 14 milhões de pessoas com algum tipo de doença cardiovascular.

As condições cardíacas ou relacionadas à circulação sanguínea provocam outros problemas como infarto, AVC, insuficiência respiratória e também disfunção erétil, que é o caso que vamos tratar aqui.

Entenda qual a relação entre doenças cardiovasculares e a saúde sexual masculina, entendendo como os problemas de circulação podem afetar as ereções e atrapalhar na hora H. 

Importância da circulação de sangue para a ereção

Representação imagética de circulação sanguínea no corpo humano masculino. Problemas de circulação causam disfunção erétil

O fenômeno fisiológico da ereção é bem simples e só pode acontecer porque há circulação sanguínea na região.

Para sermos mais precisos, o pênis é um dos membros mais vascularizados do corpo, junto dos tecidos elásticos e flexíveis.

Para o pênis ficar rígido e ereto para a penetração sexual, os corpos cavernosos, partes esponjosas do membro, são bombeadas de sangue.

A circulação intensa de sangue para o membro acontece a partir do estímulo físico ou psicológico (excitação).

A ereção dura enquanto há fluxo sanguíneo contínuo. Portanto, qualquer problema que atrapalhe esse movimento pode interferir na qualidade e duração das ereções, causando impotência sexual.

Como as doenças cardiovasculares estão relacionadas à disfunção erétil?

Se a ereção só acontece porque há bombeamento intenso de sangue para o pênis, qualquer intervenção anormal na circulação corporal irá prejudicar o ciclo de aumento e endurecimento do pênis. A circulação é fundamental para os movimentos musculares, como é o caso do pênis. 

É importante notar se as ereções estão acontecendo normalmente, ou se há um intervalo maior do que o normal, assim a disfunção erétil, se identificada, pode ser tratada antes de se desenvolver para estágios mais graves.

A dificuldade de ereção por conta de doenças associadas ao coração afeta principalmente homens com doença cardíaca isquêmica (infarto), pacientes que farão cirurgia cardíaca ou angioplastia (operação para remoção do acúmulo de gordura em vasos e artérias).

Porém, homens com sintomas iniciais de doenças de circulação devem ficar atentos e não esperar que o pior aconteça. É importante procurar médicos especialistas, tanto cardiologistas como urologistas.

Veia corporal apresentada em 3D com problema de circulação em função de uma doença cardiovascular que causa disfunção erétil!

Disfunção erétil pode causar doenças cardíacas?

Um estudo da Universidade Nacional da Austrália demonstrou que há uma relação próxima entre a disfunção erétil e doenças cardiovasculares.

O estudo indicou que homens com mais de 45 anos que apresentam disfunção erétil, mas nunca apresentaram problemas do coração, são 8x mais propensos a desenvolver insuficiência cardíaca versus homens sem impotência sexual.

A disfunção erétil pode ser classificada em três tipos:

  • psicogênicas;
  • orgânicas;
  • mistas.

A maior parte dos casos de disfunção provém de causas orgânicas, como problemas psiconeurológicos, diabetes e problemas cardiovasculares.

Ou seja, há uma relação tanto de causa como de consequência entre a disfunção sexual e problemas de circulação. Ambos podem estar em lados diferentes da equação, mas os resultados para a saúde são sempre preocupantes.

O que pode interferir no sistema cardiovascular?

Confira algumas das principais causas de doenças cardiovasculares e como cada situação pode prejudicar a vida sexual masculina.

Diabetes

A diabetes é uma das doenças mais comuns entre os homens brasileiros e entre 2006 e 2017 cresceu 54% ao saltar de 4,6% para 7,1%, segundo dados do Ministério da Saúde.

Os altos níveis de açúcar no sangue alteram a circulação sanguínea, bem como os vasos por onde o sangue passa. Isso cria uma anormalidade nos níveis de sangue que chegam até a região genital, interferindo na ereção dos homens diabéticos.

Hipertensão

A hipertensão é um problema sério relacionado aos níveis elevados da pressão corporal e é mais um exemplo de como doenças cardiovasculares interferem na produção de ereções saudáveis.

A hipertensão também altera os níveis de sangue que são bombeados por todo o corpo, inclusive no pênis. Especialmente porque há o prejuízo do endotélio, fina camada de células que reveste os vasos internamente e produz substâncias que equilibram os movimentos de contração e dilatação vasculares.

Obesidade

A obesidade está associada a vários fatores prejudiciais para o desempenho sexual e até para a fertilidade. Há comprometimento da circulação arterial, interferindo na quantidade e intensidade de sangue bombeado para todas as partes do corpo.

O acúmulo em excesso de gordura interfere nos níveis de produção de testosterona, além de desequilibrar a produção do estradiol, hormônio que também é responsável pela produção da ereção.

Tabagismo

Um dos comportamentos potenciais para danificar o processo de ereção é o hábito de fumar.

Infelizmente esse é um hábito bastante comum e frequente entre os brasileiros e além das substâncias do cigarro serem nocivas para o sistema cardiovascular e respiratório, elas também interferem nos níveis de libido e desejo sexual. A impotência é mais provável em homens fumantes do que em homens que não fumam.

Como prevenir doenças cardiovasculares?

Mesmo quando associado a doenças cardíacas, a impotência tem cura, o que vai mudar são as opções.

A prevenção das doenças de circulação e do coração, começa com visitas regulares ao médico para realizar aquele “check up”. Uma boa bateria de exames é fundamental para observar como está o funcionamento do organismo, em diferentes pontos.

As doenças cardiovasculares podem ser prevenidas com alimentação balanceada (evitar extremos de gordura, altos níveis de sódio e açúcar) e a prática de atividades físicas.

Invista em atividades aeróbicas e treinos de força, o que estimula a queima de gordura e a produção de substâncias prazerosas, como a endorfina e a dopamina, por exemplo.

Como tratar a disfunção erétil?

Para os homens que foram diagnosticados com impotência sexual, atrelada a problemas cardíacos ou não, há dois caminhos para tratar a situação.

A diferença entre pacientes que têm problemas circulatórios, é que os medicamentos orais ou injetáveis são prescritos com mais cuidado, evitando qualquer composição que possa prejudicar ainda mais a circulação ou causar palpitações.

Tratamento clínico

O tratamento clínico corresponde aos casos em que há indicação de comprimidos ou injeções penianas que estimulam a ereção.

Os principais ativos são a Sildenafila e a Tadafila e os comprimidos ou injeções, geralmente são recomendados em fases iniciais da impotência, com ação imediata para reverter o caso.

Tratamento cirúrgico

A cirurgia para corrigir a impotência sexual é indicada em último caso e envolve o implante de uma prótese peniana.

A operação também pode ser recomendada caso os medicamentos e injeções não tenham sido satisfatórios para tratar o problema e o paciente ainda sente dificuldades para produzir ou manter as ereções.

Com a cirurgia para implante de prótese peniana, caso seja identificada a perda de tamanho do membro, além do implante, é possível recuperar as dimensões, calibre e diâmetro do pênis até o limite máximo dos nervos penianos.

Em todo caso, o acompanhamento médico é indispensável para que a melhor decisão seja tomada e o seu amigo volte a funcionar normalmente, proporcionando momentos prazerosos sozinho ou acompanhado.

Dr. Paulo Egydio

Médico PhD em Urologia pela USP, CRM 67482-SP, RQE 19514, Autor dos Princípios Geométricos (conhecido como “Técnica de Egydio”), além de outros artigos e livros cientifícos na área. Professor convidado para ministrar aulas e cirurgias ao vido, em congressos no Brasil e Exterior.

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